domingo, 5 de dezembro de 2010

Cai a transmissão de HIV da mãe para o filho. Em jovens, tende a crescer


Levantamento, realizado com mais de 35 mil meninos de 17 a 20 anos de idade, indica que, em cinco anos, a prevalência do HIV passou de 0,09% para 0,12% - quanto menor a escolaridade, maior o percentual de infectados pelo vírus da aids

              Resultado do Boletim Epidemiológico Aids/DST 2010, divulgado nesta quarta-feira (1º de dezembro) pelo Ministério da Saúde, reforça tendência de queda na incidência de casos de aids em crianças menores de cinco anos. Comparando-se os anos de 1999 e 2009, a redução chegou a 44,4%. O resultado confirma a eficácia da política de redução da transmissão vertical do HIV (da mãe para o bebê). Mas, em relação aos jovens, pesquisa inédita aponta que, embora eles tenham elevado conhecimento sobre prevenção da aids e outras doenças sexualmente transmissíveis, há tendência de crescimento do HIV.
O levantamento feito entre jovens, realizado com mais de 35 mil meninos de 17 a 20 anos de idade, indica que, em cinco anos, a prevalência do HIV nessa população passou de 0,09% para 0,12%. O estudo também revela que quanto menor a escolaridade, maior o percentual de infectados pelo vírus da aids (prevalência de 0,17% entre os meninos com ensino fundamental incompleto e 0,10% entre os que têm ensino fundamental completo).


       Os dados confirmam que o grande desafio é fazer com que o conhecimento se transforme em mudança de atitude. De acordo com a Pesquisa de Comportamento, Atitudes e Práticas da População Brasileira (PCAP 2008), 97% dos jovens de 15 a 24 anos de idade sabem que o preservativo é a melhor maneira de evitar a infecção pelo HIV, mas o uso cai à medida que a parceria sexual se torna estável. O percentual de uso do preservativo na primeira relação sexual é de 61% e chega a 30,7% em todas as relações com parceiros fixos.
Para Dirceu Greco, diretor do departamento de DST, Aids e Hepatites Virais, a pesquisa traz um alerta aos jovens que não se veem em risco. "O jovem precisa perceber que a prevenção é uma decisão pessoal e que ele não estará seguro se não se conscientizar e usar o preservativo", enfatiza.
O resultado positivo para o HIV está relacionado, principalmente, ao número de parcerias (quanto mais parceiros, maior a vulnerabilidade), coinfecção com outras doenças sexualmente transmissíveis e relações homossexuais. O estudo é representativo da população masculina brasileira nessa faixa etária e revela um retrato das novas infecções. “Por isso, estamos investindo cada vez mais em estratégias para essa população”, explica o diretor.
Atento a essa realidade, o governo brasileiro tem desenvolvido e fortalecido diversas ações para que a prevenção se torne um hábito na vida dos jovens. A distribuição de preservativos no país, por exemplo, cresceu mais de 100% entre 2005 e 2009 (de 202 milhões para 467 milhões de unidades). Os jovens são os que mais retiram preservativos no Sistema Único de Saúde (37%) e os que se previnem mais. Modelo matemático, calculado a partir dos dados da PCAP, mostra que quanto maior o acesso à camisinha no SUS, maior o uso do insumo.
Outra estratégia de impacto para essa população é o Programa Saúde e Prevenção nas Escolas (SPE), uma iniciativa conjunta entre Saúde e Educação. Criado em 2003, hoje está presente em cerca de 66 mil instituições de ensino. Mais do que distribuir camisinhas, o programa insere a temática de prevenção e promoção da saúde sexual e reprodutiva no cotidiano das escolas públicas, que são um espaço permanente de discussão. “Para o governo, está muito claro que a oferta da camisinha deve estar atrelada à informação, para que o jovem tome decisões conscientes”, reforça Greco.
A Saúde também atua na ampliação do diagnóstico do HIV/aids – que é uma medida de prevenção, já que as pessoas que conhecem a sua sorologia podem se tratar para evitar novas infecções. Em quatro anos (2005 a 2009), o número de testes de HIV distribuídos e pagos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) mais que dobrou: de 3,3 milhões para 8,9 milhões de unidades. Da mesma forma, o percentual de jovens sexualmente ativos que fizeram o exame aumentou – de 22,6%, em 2004, para 30,1%, em 2008.

Nossa Campanha publicitária no Brsil para o mundo!!! – Como parte da estratégia para reduzir novas infecções, a campanha do Dia Mundial de Luta contra a Aids deste ano é voltada para meninos e meninas de 15 a 24 anos. Com o slogan “A aids não tem preconceito. Você também não deve ter”, a ideia é despertar o jovem para a proximidade da doença com o mundo dele. “Muitos acreditam que uma pessoa com boa aparência está livre de doenças sexualmente transmissíveis, o que é um mito”, esclarece Dirceu Greco. 

          Atualmente, ainda há mais casos da doença entre os homens do que entre as mulheres, mas essa diferença vem diminuindo ao longo dos anos. Esse aumento proporcional do número de casos de aids entre mulheres pode ser observado pela razão de sexos (número de casos em homens dividido pelo número de casos em mulheres). Em 1989, a razão de sexos era de cerca de 6 casos de aids no sexo masculino para cada 1 caso no sexo feminino. Em 2009, chegou a 1,6 caso em homens para cada 1 em mulheres.
A faixa etária em que a aids é mais incidente, em ambos os sexos, é a de 20 a 59 anos de idade. Chama atenção a análise da razão de sexos em jovens de 13 a 19 anos. Essa é a única faixa etária em que o número de casos de aids é maior entre as mulheres. A inversão apresenta-se desde 1998, com oito casos em meninos para cada 10 em meninas.
Em números absolutos, é possível ver como a redução de casos de aids em menores de cinco anos é expressiva: passou de 954 casos, em 1999, para 468, no ano passado. Quando todas as medidas preventivas são adotadas, a chance de transmissão vertical cai para menos de 1%. Às gestantes, o Ministério da Saúde recomenda o uso de medicamentos antirretrovirais durante o período de gravidez e no trabalho de parto, além de realização de cesárea para as mulheres que têm carga viral elevada ou desconhecida. Para o recém-nascido, a determinação é de substituição do aleitamento materno por fórmula infantil (leite em pó) e uso de antirretrovirais. A medida consta do Plano de Redução da Transmissão Vertical do HIV e da Sífilis, lançado em 2007 e pactuado com estados e municípios.
Em relação à forma de transmissão entre os maiores de 13 anos de idade prevalece a sexual. Nas mulheres, 94,9% dos casos registrados em 2009 decorreram de relações heterossexuais com pessoas infectadas pelo HIV. Entre os homens, 42,9% foram por relações heterossexuais, 19,7% homossexuais e 7,8% bissexuais. O restante foi por transmissão sanguínea e vertical.


       Apesar de o número de casos no sexo masculino ainda ser maior entre heterossexuais, a epidemia no país é concentrada. Isso significa que a prevalência da infecção na população de 15 a 49 anos é menor que 1% (0,61%), mas é maior do que 5% nos subgrupos de maior risco para a infecção pelo HIV – como homens que fazem sexo com homens, usuários de drogas injetáveis e profissionais do sexo. O coeficiente de mortalidade vem-se mantendo estável no país, a partir de 1998 (em torno de 6 óbitos por 100 mil habitantes). Observa-se queda no Sudeste, estabilização no Centro-Oeste e Sul. Norte e Nordeste registram queda no número de óbitos.

Transmissão do HIV pelo contato sexual




         A maior parte das infecções por HIV é via relações sexual sem proteção. A transmissão pelo ato sexual ocorre com o contato entre secreções sexuais de um parceiro com o reto, genital ou mucosa da boca do outro. Os atos sexuais passivos sem proteção são mais arriscados que os ativos sem proteção, sendo que o sexo anal apresenta mais risco do que o vaginal ou oral. Sexo oral não é livre de riscos. 
Doenças sexualmente transmissíveis aumentam o risco da transmissão e infecção pelo HIV porque causam o rompimento da barreira epitelial normal por causa da ulceração e pela acumulação de células infectadas ou susceptíveis ao HIV no sêmen e secreções vaginais. Estudos indicam que o risco de infecção por HIV é quatro vezes maior quando há ulcerações nos genitais causadas por sífilis e/ou cancróide; e também é aumentado, porém em menor grau, com a presença de gonorréia, clamídia e tricomoníase.
        Durante o ato sexual, apenas preservativos masculinos ou femininos podem reduzir o risco de infecção por HIV. A melhor evidência até agora indica que o uso de preservativo reduz em aproximadamente 80% o risco de transmissão do HIV em relação sexual heterossexual. O preservativo masculino, se usado corretamente sem lubrificantes à base de óleo, é o mais eficiente para reduzir o risco de transmissão de HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis. Estudos com casais no qual um parceiro é portador do HIV mostram que, com o uso correto de preservativos, a taxa de transmissão para o outro parceiro de de menos de 1% por ano.

Como posso me proteger do HIV ?



* Não compartilhe agulhas e seringas utilizadas para injetar drogas, esteróides, vitaminas ou para fazer body piercing ou tatuagem. Também, não compartilhe equipamentos usados para preparar drogas injetáveis. Muitas pessoas foram infectadas com o HIV, hepatite e outros germes dessa forma. Germes de uma pessoa infectada podem permanecer na agulha e então serem injetados diretamente na próxima pessoa que a utilizar.

* O meio mais seguro de evitar doenças sexualmente transmissíveis é a abstinência sexual ou um relacionamento monogâmico de longa duração com um parceiro que tenha sido testado e você saiba que não está infectado.
* Para pessoas cujo comportamento sexual a colocam em risco de doenças sexualmente transmissíveis, o uso correto e consistente de preservativo masculino (camisinha) pode reduzir esse risco. Porém, nenhum método de proteção é 100% eficiente, e a camisinha não pode garantir proteção absoluta contra nenhuma doença sexualmente transmissível. Quanto mais parceiros sexuais você tiver, maiores serão os riscos de ser infectado pelo HIV ou ter outra doença sexualmente transmissível.
* Camisinhas lubrificadas com espermicidas não são mais eficientes que outras lubrificadas na proteção contra transmissão do HIV e outras doenças sexualmente transmissíveis. Para conseguir a proteção efetiva dos preservativos é preciso que eles sejam usados consistentemente e de forma correta. O uso incorreto pode fazer com que o preservativo rasgue ou saia, desta forma diminuindo seu efeito de proteção. O uso inconsistente (não usar preservativos sempre que realizar o ato sexual), pode levar à transmissão de doenças sexualmente transmissíveis com um único intercurso sexual.
* Não compartilhe navalhas de fazer a barba e escovas de dente por causa da possibilidade de contato com sangue.
* Se estiver grávida, ou acha que estará em breve, converse com seu médico sobre a realização do teste de HIV. Há tratamentos com remédios disponíveis para reduzir as chances de passar o HIV para o bebê.

O que é preciso saber sobre o HIV ?



                   
Os primeiros casos de AIDS foram identificados nos Estados Unidos em 1981, porém é provável que essa doença existisse em outras partes do mundo bem antes disso. Em 1984 os cientistas provaram que o HIV provoca a AIDS.
Qualquer um pode ser infectado pelo HIV. A coisa mais importante que precisa saber é como pode ser infectado por esse vírus.

Você pode ser infectado pelo HIV ao:
* Ter relação sexual sem proteção - sem o uso de preservativo - com alguém que tenha o HIV. O vírus pode estar no sangue, sêmen ou secreções vaginais da pessoa e pode entrar no seu corpo através de pequenos cortes ou feridas na pele, revestimento da vagina, pênis, reto ou boca.

* Compartilhar agulhas e seringas ao injetar drogas ou compartilhar equipamentos usados para preparar drogas para injeções com alguém que tenho o HIV.
Bebês de mulheres com HIV também podem ser infectados durante a gravidez, parto ou no aleitamento.
Você não pode contrair o HIV:
* Ao doar sangue.

O que o governo está fazendo... para diminuir os índeces de HIV e a AIDS no Brasil!!!

                                                                      Você sabia que o Brasil é um dos primeiros países a adotar políticas de saúde para melhorar o atendimento aos portadores do vírus, sendo uma delas a distribuição gratuita dos medicamentos usados no tratamento? Atualmente, são distribuídos 15 remédios diferentes na rede pública de saúde, sendo oito produzidos aqui, para cerca de 120 mil pacientes. Estas e outras informações são divulgadas pela Coordenação de Doenças Sexualmente Transmissíveis e AIDS do governo federal, criada para orientar políticas e estratégias para promoção da saúde. Segundo a coordenação, o atendimento gratuito aos portadores de HIV manteve a expectativa de vida dos brasileiros em 70 anos, no mesmo nível anterior à epidemia de AIDS. No Rio de Janeiro e em São Paulo, cidades que concentram mais de 30% de casos de AIDS no país, a redução das taxas de óbito é evidente após o uso dos medicamentos distribuídos gratuitamente.

HIV e AIDS

                        A sigla AIDS vem do inglês Acquired Immuno-Deficiency Syndrome e denomina a Síndrome de Imunodeficiência Adquirida, uma doença contagiosa, grave, que já atinge mais de 20 milhões de pessoas em todo o mundo e ainda não tem cura. A AIDS é transmitida por via sexual ou sangüínea. É provocada pelo vírus HIV (Human Immuno-Deficiency Virus) que ataca e destrói as células de defesa do organismo (linfócitos), deixando a pessoa vulnerável a qualquer tipo de doença ou infecção.           Desde 1980, quando surgiu o primeiro caso de AIDS no Brasil, foram registrados 362.364 casos no país até 2004, sendo que no período a maior incidência da doença foi entre os homens na faixa etária de 13 a 49 anos. Porém, a partir de 2003 constatou-se uma tendência à estabilização do número de homens com AIDS. E, ao contrário, observou-se uma aumento da incidência da doença entre as mulheres.